Uma compreensão mais abrangente da ascensão de Alexandre ao poder sugere fatores externos e individuais que construíram sua “grandeza”.Alexandre, o Grande, Alexandre III da Macedônia, antes de se tornar “Grande”, foi o rei da Macedônia a partir de 336 a.C. Alexandre era filho do Rei Filipe II da Macedônia e da Rainha Olímpia, e foi tutorado pelo filósofo Aristóteles durante sua infância, que influenciou suas ideias de realeza e reino.

Sua onda de conquista do mundo também levou a novas rotas comerciais e expandiu o comércio entre a Europa, Ásia e África ao uni-las sob um comando comum. Isso lançou as bases para a Rota da Seda e outras redes comerciais que eventualmente conectariam o mundo antigo.
Impacto Cultural
As conquistas de Alexandre espalharam a cultura e as ideias gregas pelas terras que ele conquistou, criando uma amálgama explosiva das culturas grega e oriental (conhecida como cultura helenística). Isso serviu para fomentar um senso de protocosmopolitismo, um senso de pertencimento a uma comunidade global em uma forma rudimentar, levando a uma maior troca de ideias, conhecimento e práticas culturais em seu domínio.

Ele também fundou várias cidades, incluindo Alexandria no Egito (que abriga uma das maiores e mais importantes bibliotecas do mundo antigo, bem como um farol), incorporando populações diversas em uma estrutura política abrangente, que se tornou um microcosmo para a mistura de aprendizado e cultura de dois continentes. Essa abordagem idealista para a conquista se alinhava com sua crença na superioridade da civilização grega (embora ele fosse tecnicamente macedônio…) e seu desejo de estabelecer um impacto duradouro.
Essa fusão teve um impacto profundo nas artes, literatura, filosofia e arquitetura. É por essa razão que Alexandre se tornou uma figura importante anos depois, durante o Renascimento , que buscou reviver a cultura clássica grega e romana por meio dos homens, mulheres e deuses que viveram nela. Os humanistas renascentistas, portanto, o viam como um símbolo de glória, coragem, sabedoria e realização cultural.
Impacto político
A construção do império de Alexandre também influenciou o que hoje chamamos de “filosofia política” ao moldar as noções de uma monarquia ideal e o relacionamento entre governante e governado. Ele projetou seu poder como inabalável (se era realmente inabalável ou não depende da sua interpretação da história) e dentro dessa projeção, seu desejo de conquistar o mundo por quaisquer meios necessários.

Pode-se especular até certo ponto que as conquistas de Alexandre foram motivadas pela necessidade de garantir recursos para a classe dominante grega e expandir seu poder econômico; no entanto, elas também foram alimentadas por sua própria busca por glória e sucesso imperial.
As conquistas de Alexandre, então, eram imperialistas, servindo aos interesses da elite dominante e perpetuando sistemas de exploração e desigualdade.
Alexandre entendeu a importância de manter a lealdade e o apoio dos diversos povos que ele conquistou. Por meio de movimentos calculados e uma combinação de diplomacia, coerção e poder militar, ele implementou políticas que pintaram o quadro de um império culturalmente diverso, mas unido.
Seu casamento com Roxana, uma princesa bactriana, e sua adoção de trajes e costumes persas, foram todos em prol desse objetivo. Ao adotar costumes locais e se casar com a realeza local, Alexandre ganhou o apoio e a legitimidade de que precisava. Seus exércitos também eram multiétnicos dessa forma.
A Teoria do Grande Homem
A natureza multifacetada do significado histórico de Alexandre pode ser colocada em mais uma interpretação. A teoria do Grande Homem, também chamada de teoria Heroica, enfatiza o papel de indivíduos excepcionais na formação da história. De acordo com essa perspectiva, figuras influentes, conhecidas como “grandes homens”, têm um impacto significativo em eventos históricos e mudanças sociais.
Originária do século XIX, essa teoria, defendida por Thomas Carlyle, sugere que estudar a vida e as ações de indivíduos extraordinários com qualidades e habilidades distintas fornece insights sobre o curso das nações e sua influência transformadora na sociedade.
Tudo o que lemos frequentemente toma emprestado essa teoria para pintar Alexandre como um indivíduo desumanamente talentoso, mas muitos fatores socioculturais e políticos o ajudaram a se tornar o “grande” homem que ele era. A ascensão de Alexandre ao poder não pode ser atribuída somente às suas qualidades pessoais como um grande homem. Fatores externos desempenharam um papel significativo em seu sucesso.

O cenário geopolítico da época, caracterizado pela desintegração do Império Persa, criou condições favoráveis para suas ambições épicas. O vácuo de poder e as divisões internas dentro do império forneceram uma oportunidade para Alexandre expandir sua influência.
Além disso, Alexandre se beneficiou da infraestrutura política e militar estabelecida por seu pai, o rei Filipe II da Macedônia. As reformas e os avanços militares de Filipe forneceram a Alexandre uma base sólida para suas conquistas. O exército macedônio profissionalizado, conhecido por suas táticas inovadoras e coesão, deu a ele uma força formidável para comandar.

Conclusão
O verdadeiro impacto de sua conquista é colocado em perspectiva quando percebemos que ele conquistou muito do mundo conhecido na época. A grandeza de Alexandre decorreu das escolhas que ele fez como rei com inúmeras pessoas e recursos à sua disposição.
Suas façanhas e personalidade maior que a vida foram romantizadas e idealizadas ao longo dos séculos pelos incontáveis que o admiravam ou buscavam igualar sua fama (embora pareça improvável que alguém o fizesse!). Sua influência em impérios subsequentes, como as dinastias Selêucida e Ptolomaica, o Império Romano e o Império Bizantino, moldaram o curso da história humana. Suas escolhas fizeram com que entidades políticas e territoriais caíssem e ascendessem, e mesmo depois que ele morreu, novos impérios surgiram como parte de seu legado.
Referências: